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As pessoas que querem ter celulares menos inteligentes – e por que empresas não querem mais fabricá-los

Autoproclamados neo-luditas (pessoas que rejeitam tecnologias), algumas pessoas estão buscando celulares com menos recursos. Especialistas da indústria apontam margens de lucro precárias e um mercado instável em torno dessa urgência específica. Alguns consumidores estão voltando a usar dispositivos mais antigos e simples
Getty Images/Via BBC
O iPhone completa 17 anos oriente ano. O lançamento do dispositivo com controle por tela sensível ao toque (touchscreen) marcou um momento que definiu nossas expectativas em relação aos smartphones desde logo.
Quase uma geração inteira cresceu sem saber a vida sem um smartphone.
Tempo suficiente se passou para que as pessoas aprendessem sobre os benefícios e malefícios desses dispositivos em suas vidas, seja por inúmeros estudos científicos, seja por suas próprias experiências.
📱Muitas pessoas estão agora cientes dos custos de ter o mundo ao alcance dos dedos. E estão rejeitando as maneiras uma vez que esses telefones podem prejudicar a concentração, afetar o sono e aumentar problemas de saúde mental.
Existem várias maneiras relativamente simples de mourejar com essas questões, uma vez que instalar aplicativos que limitam o tempo de tela.
No entanto, algumas pessoas estão decidindo ir mais longe, voltando a um tempo antes da conexão uniforme.
➡️Elas estão migrando para dumbphones (em oposição ao smartphone), um termo abrangente para celulares com funções básicas, uma vez que chamadas, mensagens de texto e alarmes.
Alguns dumbphones lembram os celulares flip dos anos 90. Outros são produtos de nicho, de cimo padrão, que proporcionam uma experiência de smartphone simplificada a um dispêndio surpreendentemente cimo.
Em alguns casos, pais preocupados estão optando por esses dispositivos uma vez que uma forma de manter seus filhos longe das distrações de um smartphone.
Mas o mercado também inclui:
idosos que desejam alguma coisa simples;
trabalhadores em indústrias pesadas, uma vez que construção social ou lavradio, que precisam de aparelhos resistentes;
e usuários comuns que não podem remunerar o preço médio de um smartphone, muitas vezes supra de US$ 500 (R$ 2.040), sendo que os smartphones topo de risca podem custar até US$1.600 (R$ 6.630). No Brasil, o valor de um iPhone pode chegar a respeito de R$ 14 milénio.
Despovoar esses dispositivos também se tornou uma tendência: adolescentes desesperados para evadir das redes sociais estão se autoproclamando neo-luditas.
Eu sabia que precisava tentar também. Crescendo em uma moradia sem consoles de videogame no início dos anos 2000, jogava Halo e Borderlands na moradia de amigos até permanecer tonto e desorientado.
Mais tarde, uma vez que repórter de jornal, absorvia a enxurrada de informações do Twitter entre os prazos de entrega e depois passava horas rolando notícias quando chegava em moradia.
Durante a pandemia, abandonei o Twitter, mas sucumbi ao Instagram Reels. A sensação de estar sempre conectado corroía meu bem-estar. Trespassar do universo dos smartphones parecia perfeito para mim.
No entanto, fazer isso, na prática, foi um pouco mais difícil do que eu esperava.
Primeiro, tive dificuldade para conseguir um dumbphone.
Havia poucas opções e menos recomendações ainda, um contraste gritante com os milhões de análises de smartphones na internet.
Finalmente encontrei um site do repórter e patrono dos dumbphones Jose Briones, que oferece um “localizador de dumbphones”.
Acabei escolhendo um CAT-S22, um celular flip semi-inteligente, que tem aproximação a aplicativos uma vez que Google Maps. Custou US$ 69 (R$ 352) e termina qualquer chamada com um estalido satisfatório.
Quanto mais aprendia sobre dumbphones, mais percebia que a falta de análises não era necessariamente o motivo pelo qual eu estava tendo dificuldade em encontrar um aparelho.
Apesar da demanda crescente, entendi que os fabricantes de celulares têm pouco ou nenhum interesse em oferecer esses dispositivos.
Com os smartphones representando a grande maioria de todas as novas vendas de celulares, os gigantes da tecnologia têm pouco incentivo econômico para continuar produzindo novos dumbphones ou atualizando suas linhas existentes.
Economia precária
Embora pequeno, existe um mercado para os dumbphones.
➡️Nos EUA, dados de agosto de 2023 da Counterpoint Research mostram que os feature phones (ou telefone essencial inteligente) – um tipo de dumbphone essencial com capacidades reduzidas – compõem exclusivamente 2% do mercado de celulares. Isso representa exclusivamente uma pequena fração, mas ainda são muitos dispositivos.
➡️A Counterpoint estimou que as vendas de feature phones nos EUA chegariam a 2,8 milhões até o final do ano.
“Os feature phones permanecem consistentes nos EUA, pois seu design simples, acessibilidade e resistência ainda atendem a públicos específicos”, segundo a empresa.
“Embora não haja um aumento significativo no mercado de feature phones, existem necessidades constantes que criam uma demanda firme para esses aparelhos em um mercado submetido pelos smartphones.”
Jim Roberts, professor de Marketing na Hankamer School of Business da Universidade Baylor, no Texas (EUA), afirma que uma proporção surpreendente dos dumbphones do mundo é vendida nos EUA – ele estima muro de 20%, embora os dados de mercado variem consideravelmente.
“[Os consumidores] estão percebendo que não estão mais felizes, ou estão menos felizes, do que gostariam de estar”, diz Roberts. “E eles passam tanto tempo em seus smartphones que estão vendo o celular uma vez que o culpado.”
De tratado com o Statista Market Insights, o mercado global totalidade de feature phones deve gerar uma receita de US$ 10,6 bilhões (R$ 54 bilhões) oriente ano.
No entanto, embora os fabricantes de telefones obtenham somas notáveis com as vendas de feature phones, eles têm dificuldade em lucrar com o hardware simplificado.
E geralmente não vale a pena, economicamente, tentar melhorar esse negócio, principalmente porque os telefones costumam ser exclusivamente uma pequena subdivisão de suas empresas uma vez que um todo.
Muitas dessas gigantes da tecnologia geralmente geram receita com software ou hardware altamente especializado, pelo qual os consumidores estão dispostos a remunerar preços elevados. Elas também têm fontes de receita muito diversificadas.
A Samsung, por exemplo, ganha bilhões todos os anos com sua subdivisão de semicondutores.
➡️Simplesmente, essas empresas têm pouco incentivo para atender aos usuários de dumbphones, tal qual potencial de receita é relativamente pequeno – isso se conseguirem sequer tornar a fabricação desses dispositivos economicamente viável.
Ou por outra, especialistas dizem que a enorme quantia que as gigantes da tecnologia podem cobrar pelos smartphones sugere que elas não darão prioridade aos usuários de feature phones tão cedo.
Briones, que deixou de usar smartphones em 2019, explica que as grandes empresas de tecnologia não querem que os dumbphones superem seus modelos mais chamativos e caros.
“As grandes empresas de tecnologia não querem zero que reduza o uso de smartphones, pois não ganham numerário com o hardware do dispositivo”, diz ele.
Uma escolha viável?
Para as empresas que ainda oferecem dumbphones, Thomas Husson, vice-presidente e principal comentador da Forrester Research, não espera que muitas delas consigam sobreviver – ou pelo menos continuar fabricando esses dispositivos a longo prazo.
Além das margens de lucro precárias, há também o problema de que a tecnologia que sustenta esses dispositivos se tornará tão obsoleta que eles não poderão mais funcionar.
Por exemplo, os usuários de dumbphones em todo o mundo ficarão sem sorte se as redes 2G e 3G que garantem sua funcionalidade desaparecerem completamente. Ou por outra, muitos empregos – mesmo em posições de baixa remuneração – exigem que os funcionários possuam celulares com capacidades de aplicativos.
No término das contas, pode não possuir clientes suficientes para sustentar mesmo o protótipo de negócios mais inteligente.
No entanto, pode possuir uma maneira para as empresas de dumbphones sobreviverem.
Para serem economicamente viáveis, argumenta Husson, as empresas poderiam “desenvolver uma marca premium de nicho para entender esses segmentos”.
De traje, algumas startups estão tentando conquistar esse mercado especializado e encontrar sucesso econômico – oferecendo uma espécie de releitura moderna do feature phone.
A Light, sediada em Novidade York, cria “Light Phones” customizáveis que minimizam a exposição à internet, redes sociais e outras distrações.
“O que estamos tentando fazer com o Light Phone não é fabricar um dumbphone, mas sim um telefone mais premeditado – um telefone premium e minimalista – que não é inerentemente anti-tecnologia”, disse Joe Hollier, cofundador da Light, à CNBC em 2023.
O dispositivo atualmente custa US$ 299 (R$ 1.525) – comparável a modelos de smartphones de ordinário ou médio dispêndio. É um preço cimo para um telefone simplificado, mas a única maneira para a empresa tornar um resultado de nicho economicamente viável.
Ao contrário dos feature phones, que geralmente são vendidos por seu ordinário dispêndio ou robustez, os telefones da Light são destinados a usuários conscientes que buscam um detox do dedo e desejam alguma conectividade sem sacrificar estilo ou funcionalidade.
O Light Phone de Briones faz chamadas, envia mensagens de texto e tem funções básicas de aplicativos, tudo visualizado através de uma tela de tinta eletrônica (e-ink) semelhante a um e-reader. Ele também pode ter um calendário, obter direções, transmitir podcasts e música e fazer anotações.
“É um bom conjunto de funcionalidades com o qual aprendi a viver”, diz ele.
No início deste ano, a marca suíça Punkt também lançou um smartphone simplificado por US$ 750 (muro de R$ 3.825).
Eles apostam que consumidores de cimo padrão se interessarão por um hardware que se assemelha aos smartphones a que estão acostumados.
A Punkt se voltou para a abordagem de dumbphone de luxo; em 2015, a empresa ofereceu um feature phone que se parecia com um iPhone, mas que só fazia chamadas, enviava mensagens de texto e tinha um calendário e um relógio. Não deu evidente.
Esses novos dispositivos também terão que competir com outros modelos de negócios destinados a atrair usuários que desejam reduzir sua obediência do dedo, mas que podem querer fazer isso de uma maneira mais suave do que uma transição completa de hardware.
Essa é a estratégia da Ghost Mode, uma empresa sediada nos EUA. Em vez de vender seu próprio telefone, a empresa reprograma essencialmente um smartphone Google Pixel 6a de tratado com as especificações do cliente, com todos os aplicativos necessários.
Depois disso, a Ghost Mode bloqueia o telefone nessas configurações. Uma vez que a maioria desses produtos de nicho, esse serviço não é barato, custando US$ 600 (muro de R$ 3 milénio), mas pode atrair consumidores de cimo padrão mais do que a opção de largar seus smartphones completamente.
Apesar desses novos participantes e do interesse crescente por telefones mais simples, o sucesso ainda é incerto.
A Bullitt, obreiro licenciada do CAT S-22 que comprei, fechou as portas um dia antes de meu telefone chegar. Apesar das notícias, experimentei o hardware por muro de uma semana.
Ele me permitia fazer chamadas, enviar mensagens de texto e usar alguns aplicativos que eu usava para manter contato com amigos e familiares. Meu uso totalidade da internet caiu para exclusivamente uma hora por dia.
Eu conseguia me concentrar melhor no meu entorno, em livros e em música. Mas senti falta do meu aplicativo de livraria.
Portanto, voltei para o meu Samsung Galaxy A32 bastante desgastado – com uma salvaguarda. Instalei o Minimalist Phone, um aplicativo que elimina os ícones chamativos de aplicativos e fundos em obséquio de uma interface em preto e branco.
Mantive o Messenger, WhatsApp e Discord para manter contato, mas quase todos os outros aplicativos não essenciais foram descartados. Não sinto falta deles.
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