Mesmo com reajuste da gasolina, Petrobras ainda tem preços 10% inferior do que o mercado internacional
Novidade política de preços ajuda a evitar o repasse de instabilidades na cotação dos combustíveis, mas petroleira não reajustava o valor da gasolina havia nove meses. A subida será de R$ 0,20 para as distribuidoras, chegando a R$ 3,01. Petrobras anuncia aumento de preço da gasolina e do gás de cozinha
A Petrobras eleva a partir desta terça-feira (9) os preços da gasolina e do gás de cozinha para as distribuidoras. Mas, mesmo depois o reajuste, os preços praticados pela petroleira ainda estão inferior dos valores no mercado internacional.
Segundo levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgado na noite desta segunda-feira (8), os novos preços da Petrobras ainda têm uma defasagem média de R$ 0,34 por litro.
Ou seja, com o aumento de R$ 0,20 por litro, o valor médio da gasolina ainda está 10% inferior do que o do resultado importado.
A Abicom calcula a paridade de importação diária. Por isso, a associação reflete instabilidades no mercado internacional, levando em consideração flutuações na cotação do dólar, no preço do petróleo, valores de frete e outros fatores.
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Até maio de 2023, a Petrobras considerava esses fatores na precificação dos seus combustíveis, mesmo que produzidos no Brasil. Mas a estatal deixou de seguir a política de paridade de importação (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nesses mesmos fatores.
Antes, o preço dos combustíveis vendidos para as distribuidoras no Brasil era determinado pelo dispêndio de importar e trazer esses produtos até os portos nacionais. Mas isso fazia com que a estatal repassasse instabilidades ao mercado interno.
Seguindo uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a novidade política “suaviza” essa flutuação de preços no mercado internacional, e só altera os valores quando considera necessário.
A política da estatal ajuda a evitar o repasse de instabilidades na cotação dos combustíveis, uma vez que picos muito altos de preço no mercado internacional. Mas a empresa também deixa de captar o lucro desses picos.
Críticos da novidade política alegam que a Petrobras, uma vez que uma empresa que compete no mercado, tem que praticar preços internacionais, sob o risco de tomar prejuízos e perder competitividade.
Outrossim, dizem que é uma maneira de usar a empresa para segurar a inflação dos combustíveis. Em 2023, a gasolina foi o item com maior peso no Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Grande (IPCA, a inflação solene do país), que teve uma subida de 12,09%, puxada também pela reoneração dos combustíveis.
O g1 mostrou em abril que a Petrobras tem moroso os reajustes no preço dos combustíveis em muro de um mês, mas não deixa de repassar no Brasil os aumentos do mercado internacional.
Pelo levantamento, os repasses de subida demoram muro de um mês para ocorrer. Porém, quando o movimento é de queda no mercado internacional, a estatal repassa a redução com mais rapidez. Ao segurar o aumento e repassar rapidamente a redução, a Petrobras não toma prejuízo.
Primeiro reajuste do ano
O último reajuste da gasolina feito pela Petrobras havia sido em outubro de 2023, há nove meses. O novo aumento anunciado pela Petrobras é válido a partir desta terça-feira (9).
O litro da gasolina terá uma subida de R$ 0,20, chegando a R$ 3,01.
O botijão de gás de cozinha de 13kg vai subir R$ 3,10, passando a R$ 34,70.
O aumento da gasolina é de 7,11%. Segundo conta da Warren Investimentos, a variação deve refletir em uma subida de 2,50% na explosivo para o consumidor e já ter impacto no IPCA em julho.
Segundo a Petrobras, a gasolina teve redução de R$ 0,17 em seus preços de venda para as distribuidoras desde portanto.
Já os preços do GLP, o gás de cozinha, não eram alterados desde julho de 2023, há mais de um ano. Naquela ocasião, o botijão de 13kg passou a custar R$ 31,66. A subida é de 9,6%.
Veja a nota da Petrobras
A partir de amanhã, 09/07, a Petrobras ajustará seus preços de venda de gasolina A para as distribuidoras que passará a ser, em média, de R$ 3,01 por litro, um aumento de R$ 0,20 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para formação da gasolina C vendida nos postos, a parcela da Petrobras na formação do preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20 /litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro de gasolina C.
Em 2024, nascente é o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras. O último ajuste ocorreu em 21/10/2023, uma redução. E o último aumento ocorreu em 16/08/2023.
Desde a implementação da novidade estratégia mercantil, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em R$ 0,17 /litro.
Já para o GLP, a Petrobras ajustará seus preços de venda para as distribuidoras que passará a ser, em média, equivalente a R$ 34,70 por botijão de 13kg, um aumento equivalente a R$ 3,10.
Em 2024, nascente é o primeiro ajuste nos preços de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras. Os últimos ajustes ocorreram em 17/05 e 01/07/2023, duas reduções. E o último aumento ocorreu em 11/03/2022.
Desde 31/12/2022, a Petrobras reduziu seus preços de venda para as distribuidoras em valor equivalente a R$ 7,34 /13kg.