Veneza inicia cobrança de taxa diária de cinco euros para sofrear turismo em tamanho
A cidade italiana é a primeira no mundo a implementar uma medida deste tipo. Em 2024, exclusivamente 29 dias de grande fluxo turístico serão afetados pela novidade tarifa. Pessoas curtem o carnaval de Veneza em barcos navegando pelos canais da cidade
Remo Casilli/REUTERS
A cidade de Veneza iniciou nesta quinta-feira (25) a cobrança de uma taxa de ingressão diária aos seus visitantes, uma medida para sofrear o turismo em tamanho, mas que suscita relutância entre os moradores, que não querem que o lugar se transforme em um “museu”.
A cidade italiana, a primeira no mundo a implementar uma medida deste tipo, vendeu murado de 10 milénio bilhetes online ao preço de € 5 (R$ 27,96 na cotação atual), disse à AFP o responsável ajuntado de Turismo de Veneza, Simone Venturini.
Estes ingressos, em formato de QR code, devem ser apresentados aos fiscais, que ficam espalhados em vários locais, mas sobretudo na estação ferroviária de Santa Lucia, principal chegada a esta famosa cidade, Patrimônio Mundial da Unesco.
Embora a taxa seja moderada e o sistema não imponha um limite de visitantes diários, as autoridades municipais esperam que isso desencoraje alguns dos turistas que lotam suas vielas e as pontes sobre seus canais nos dias mais movimentados.
“Acho que é bom porque isto talvez vá frear o fluxo de turistas em Veneza”, diz Sylvain Pélerin, um gaulês que visitante a cidade frequentemente há 50 anos.
Foram instaladas bilheterias no saguão da estação ferroviária de Santa Lucia para informações e vender ingressos.
‘Um experimento’
O problema do turismo em tamanho gerou movimentos de repudiação em outros locais, sobretudo na Espanha, que levaram as autoridades a tentar conciliar o bem-estar dos moradores com um setor econômico precípuo.
Para Venturini, trata-se “supra de tudo de desestimular o turismo lugar dos habitantes da região do Vêneto, que podem visitar Veneza quando quiserem”.
O prefeito Luigi Brugnaro reconheceu em abril que a medida é um “experimento”, dos quais desenvolvimento será escoltado de perto por outras cidades do mundo que se encontram em situação semelhante.
Nos períodos de maior movimento, Veneza recebe 100 milénio turistas que passam a noite no lugar, além de dezenas de milhares de visitantes diários. Isto contrasta com os murado de 50.000 residentes do núcleo da cidade.
Sua comuna, uma das mais visitadas do mundo, proibiu que grandes navios de cruzeiro atracassem na cidade.
O projeto, porém, tem um alcance muito restringido: em 2024, exclusivamente 29 dias de grande fluxo turístico serão afetados pela novidade tarifa, que começa a ser cobrada nesta quinta-feira, feriado na Itália, e será aplicada quase todos os fins de semana de maio a julho.
‘Não somos um museu’
A taxa será cobrada aos turistas que entram na cidade entre as 08h30 e as 16h00 no horário lugar. Eles devem minguar seu QR code no site, também disponível em inglês, espanhol, gaulês e germânico.
Os visitantes que tentarem passear sem remunerar a ingressão poderão ser punidos com uma multa entre € 50 e € 300 (R$ 279 e R$ 1.677).
Aqueles que passarem pelo menos uma noite na cidade não serão afetados e receberão um QR code gratuito. Também estão previstas exceções, mormente para menores de 14 anos e estudantes.
Mas alguns moradores não veem a medida com bons olhos, uma vez que acreditam que é um ataque à sua liberdade de ir e vir, e mais um passo para transformar a cidade em um museu.
“Não somos um museu nem uma suplente oriundo, mas sim uma cidade, não deveríamos remunerar [pelo acesso]”, critica Marina Dodino, que faz segmento da associação de moradores locais, ARCI Venezia.
Uma sintoma está prevista durante esta quinta-feira para reivindicar contra a medida.
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